FRASE DA SEMANA

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Desafios para uma espiritualidade Cristocêntrica nos dias atuais



O fato de apontar desafios para uma espiritualidade Cristocêntrica nos dias de hoje torna-se uma tarefa aparentemente simples, sobretudo se considerarmos que as mazelas da humanidade parecem ser as mesmas desde o Jardim do Éden.

As próprias características caídas do homem podem, então, ser apontadas como esses desafios para que em Cristo as pessoas consigam encontrar o verdadeiro sentido para a espiritualidade que tanto procuram. Assim, considera-se como desafio todo o comportamento humano que se opõe ao que Jesus Cristo espera daqueles que, potencialmente, podem ser Seus.

Parece que hoje, mais do que nunca, o homem vive na Terra como se nela fosse permanecer para sempre. Buscar auxílio espiritual em Cristo, ter o Mestre Jesus como parâmetro na jornada terrena acaba sendo desnecessário. Por que? Ora, há um deus dentro de nós: somos suficientemente bons, culturalmente evoluídos, economicamente satisfatórios, profissionalmente interessantes, intelectualmente ilimitados. A espiritualidade que buscamos não serve para nos confrontar, mas apenas deve confirmar e confortar a nossa escolha.

Imersos no individualismo, no consumismo, numa competição selvagem das mais variadas naturezas, não é necessário descobrir se existe uma verdade espiritual a ser alcançada, até porque somos deuses. Qual a necessidade de uma espritualidade Cristocêntrica?

Vemos um Oriente com cheiro de incenso subindo (ou descendo?) às narinas de milhares de deuses, fato que demonstra uma espiritualidade democrática, porém pulverizada. Basta nos desligar do mundo e, em nosso transe, atingirmos o nível espiritual máximo, afinal de contas, qual o problema em fazer de uma pedra ou do mosquito que pousa nas fezes de um cavalo aquilo que vai nortear (eia aí o “centrismo”!) nossas vidas? Qual o problema na criação ditando as regras frente ao próprio Criador? Bem, a Verdade nos diz através do profeta Isaías que tudo isso é como um sopro, que seus feitos são nulos e que não passam de uma nulidade.

No Ocidente o maior desafio talvez seja o avanço de uma tecnologia que nos torna vulneráveis e propensos a um retardamento espiritual sem limites. Temos dificuldade para obedecer regras. É tão difícil sermos obedientes … e o que dizer de obediência a um Deus na figura de Jesus Cristo O qual nem vemos? Precisamos ver, precisamos tocar, assim como artificial e superficialmente fazemos com o nosso próximo nos teclados de aparelhos eletrônicos que nos tornam tão débeis e consideravelmente distantes do propósito original de Jesus: o relacionamento entre Deus e o homem e entre a própria humanidade. Somos órfãos dentro de nossa própria casa...

Nos dias atuais, a espiritualidade Cristocêntrica torna-se cada vez mais ultrapassada, pois ultrapassado e lendário é acreditar em um super-herói que esteve aqui há mais de dois mil anos atrás. Cristo nos choca com a sua proposta de nos virar do avesso e fazer com que saiamos de nossa zona de conforto. Alimentamos a nossa alma pensando que o nosso espírito está sendo beneficiado. O que podemos ter em troca de uma busca e satisfação espiritual em um Cristo que me diz para ser humilde, para ser servo, para oferecer a outra face quando uma é esbofeteada, para abençoar meus inimigos quando eles me perseguem e querem me destruir (ora … eu é quem devo acabar com eles … o melhor salário é meu! A fama é minha! As ovelhas são minhas! A igreja é minha! Tudo é meu!)?

É curioso observar a complexidade desses bonecos de pó inflados com o sopro da vida. A solução torna-se a espiritualidade que cada um faz de si mesmo.

A essência daquilo que é divino torna-se banalizada se consideramos que o homem é um deus, em que o egocentrismo, o antropocentrismo e os “ismos” da vida, os “ismos” do mundo fazem frente ao Cristocentrismo. Os desafios para uma espiritualidade Cristocêntrica nos dias atuais são tão complexos quanto a dificuldade de abdicarmos ao nosso trono, seja este o do tempo, o da desobediência, o da infidelidade, o da incredulidade, o do hedonismo, o da filosofia vã, o do orgulho … tudo da mesma forma como sempre foi, afinal, o que é “dia atual” para Aquele que é Eterno?

Que Deus nos perdoe, pois nos desviamos para a direita e para a esquerda, só não acertamos o alvo, o centro, o Cristocentrismo, atual e necessário como nunca antes!