JESUS: O PERFEITO VOCABULÁRIO
INTRODUÇÃO
É
muito comum nos dias de hoje o uso de um vocabulário próprio entre os cristãos
nas igrejas. A este vocabulário específico normalmente denominamos “crentês”, o
qual se baseia, por vezes, em palavras que podem ferir os nossos próprios
irmãos em Cristo.
Muitas
vezes usamos a nossa alegria e descontração de uma maneira que não convém.
Aproveitamos desses momentos, entre outras ocasiões, para adjetivar o nosso próximo,
levando em consideração algum comportamento dele que, aos nossos olhos, não
parece ser o correto. Caímos, assim, na inconveniência de nos fazer valer de
palavras torpes no nosso dia-a-dia, o que certamente comprometerá a nossa vida
espiritual.
Assim,
o propósito deste livro é trazer ao conhecimento da Igreja de Cristo o que a
Bíblia fala a respeito da maneira com a qual devemos usar a nossa língua,
levando em consideração o ministério de Cristo, baseado na compaixão, no amor e
na identificação, e não no julgamento.
Jesus
é perfeito!
Jesus
é a Palavra!
Jesus
é o perfeito Vocabulário!
À
Igreja de Cristo, uma boa leitura, em
O Nome de Jesus!
O “CRENTÊS”
“Nenhuma palavra torpe
saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros,
conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” (Efésios 4:29)
Aleluia!
A Palavra do Senhor é maravilhosa!
Atentando
para o versículo acima, é importante frisar que o apóstolo Paulo o escreveu aos
cristãos de Éfeso e de toda a parte. Foi para nós, Igreja de Cristo, que ele se
dirigiu. Grave, não?! Ele fala sobre palavras torpes que podem sair da nossa
boca.
De
acordo com o Dicionário Brasileiro Globo, “torpe” significa disforme, repugnante, nojento, ignóbil,
sórdido, manchado. “Torpe” é adjetivo, e sabemos que um adjetivo qualifica
algo ou alguém.
Paulo
adverte então: “Nenhuma palavra nojenta, manchada, saia da boca de vocês.” E
continua: “mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a
necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.”
Nesse
novo trecho, podemos considerar “edificar” como palavra-chave, que, de acordo
com o mesmo Dicionário, significa: construir;
levantar; fundar; instituir; fazer construções em; induzir à virtude pelos bons
exemplos; infundir sentimentos religiosos em. A Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal considera que “edificar” é construir
ou erigir; encorajar; expressão figurativa para as boas obras e para a igreja.
Imagine
uma situação em que um irmão acabou de chegar a sua igreja vindo de uma outra congregação. Ele mal chegou e já
quer ir para uma terceira. Tão prontamente passa a ser chamado de “crente
pipoca” ou “crente canguru”. Pode ser que você esteja se perguntando: “Mas o
autor deste livro é muito radical! Eu faço isso só de brincadeira!” Pois bem,
por meio da Palavra, por meio da Verdade, provo que temos que fugir do “não tem
nada a ver!”:
Paulo
sugere que nenhuma palavra inútil
saia da nossa boca, mas apenas a que
for útil para edificar, para levantar, para construir, conforme a necessidade. Antes de julgar seu irmão, você procurou
saber porquê ele age de determinada maneira? Procurou saber sobre a sua vida, o
seu contexto familiar? Ele passa fome? Está em crise no casamento? Você tem
agido conforme a necessidade do seu irmão?
Sem
generalizar, muitas coisas no universo cristão tem ganhado um apelo legalista,
mercadológico. Tudo é “gospel”. Tudo pode. Muitos púlpitos têm virado
picadeiro, ministros do Evangelho pensam que os sermões são bem sucedidos de
acordo com a quantidade e volume de gargalhadas e aplausos que recebem. O que
conta é ser engraçado, mesmo que alguém se machuque... ainda mais!
Uma
piada aqui e outra ali... e quem não gosta, de acordo com o “crentês”, é
chamado de “fariseu”. Será que realmente ser “fariseu” é ser chato, implicante,
ou aquele que prega “muito alegremente” quer disfarçar sua falta de reverência
a Deus para justamente poder falar o que quiser, transferindo, assim, o foco
para o suposto “fariseu”?
Deus
não nos chama para entretenimento, mas para uma comunhão respeitosa em mútua
edificação!
Muitas
vezes, cristãos são pegos gastando saliva com o que não vai acrescentar nada na
sua vida e nem na vida de ninguém. Pode ser que você já tenha passado por uma
situação que vou descrever agora, ou ao menos presenciado. Eu trato agora sobre
aquela famosa “panelinha” que existem às vezes. São os irmãos mais populares,
mais cheirosos, mais bem vestidos (pelo menos assim se enxergam) que se reúnem para
tratar daqueles que fogem às suas características, sendo, portanto,
considerados inferiores e dignos de serem “avaliados”.
“Com a língua bendizemos
o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.
Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim!
Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte?” (Tiago 3:9-11)
Novamente
afirmo: não estou sendo radical! O que não é bênção, é maldição!
No
culto, durante o louvor, seus lábios O exaltam! Glória a Deus por isso! O
Senhor é mesmo digno de receber toda a honra, glória, poder e domínio para todo
o sempre! Amém! Contudo, ao término, lá estão os grupos de sempre: “Olha lá a ‘crente
montanha-russa, vive entre altos e baixos!’” Pode ser que, para ser vista
assim, ela dê motivos, mas isso não justifica o julgamento, não justifica um
apelido tão inconveniente!
Como
Jesus agiu com os mais fracos? Como você está disposto a agir com o chamado
“crente montanha-russa” dos nossos dias? Movidos pelo amor do Senhor, teremos o
interesse em saber a forma como essa pessoa foi criada? Ela pode ser vítima de
um trauma, um complexo de inferioridade que a faz ser inconstante. No entanto,
é muito mais cômodo apenas lançarmos um adjetivo para ela: “montanha-russa!”. É
para se pensar a respeito, não?
Paulo
afirma: “Meus irmãos, não pode ser assim!”
Ele exclamou e continuou: “Acaso pode sair água doce, leve, pura, agradável,
amigável, fraternal e água amarga, mortal, azeda, sem vida, inconveniente da
mesma fonte?”
“Pregue a palavra,
esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a
paciência e doutrina.”
(2 Timóteo 4:2)
Repreenda,
corrija, exorte, ensine com toda a paciência e doutrina! Isso envolve
conhecimento e sabedoria, mas também amor, disposição em dedicar um tempo ao
próximo. Pregue a palavra! Transfira conhecimento! Permita que os membros do
corpo saibam o porquê do equívoco de determinado comportamento ao invés de pôr
em ação o “crentês”, que nada mais é que um vocabulário morto, cheio de justiça
própria.
O
vocabulário cristão não pode ser sarcástico, cínico e zombador! Esses são
adjetivos para Satanás. Ora, de quem somos filhos, de Deus ou de Satanás? Aja
de acordo com o seu Pai! Qual tem sido o seu?
“Em tudo seja você mesmo
um exemplo para eles, fazendo boas obras. Em seu ensino, mostre integridade e
seriedade; use linguagem sadia, contra a qual nada se possa dizer, para que
aqueles que se opõem a você fiquem envergonhados por não poderem falar mal de
nós.” (Tito 2:7-8)
Não
deixe seu irmão cair e enfraquecer. Seja um exemplo para ele já que a atitude
dele não lhe agrada. A nossa opinião, fora da realidade da Palavra, não vale de
nada!
A
Palavra de Deus é taxativa: “Em seu ensino, mostre integridade e seriedade; use
linguagem sadia.” Amém! Seja sério,
tenha reverência ao tratar de tudo aquilo que envolve as maravilhas do Senhor,
sobretudo a Sua Palavra, o Seu povo. Paulo fala de integridade, fala sobre
sermos irrepreensíveis. Ninguém pode achar motivo para falar mal de nós. Pode
ser que, com uma língua tão propensa ao julgamento, venhamos a ser as próximas
vítimas do “crentês”, não é mesmo? Já imaginou: “Olha lá o ‘crente língua solta’?”
ou “Olha lá o ‘crente cascavel’?”
Você
percebe como isso pode virar um ciclo?
Apelidar
as pessoas é muito feio, principalmente no meio cristão!
Há
poder nas palavras, tanto para o bem quanto para o mal.
Aquilo
que sai da nossa boca pode causar um estrago muito grande na vida do próximo. A
“crente encalhada” pode fechar o seu coração para o resto da vida! O “crente
celular”, se não for ensinado a respeito do uso do aparelho durante os cultos,
simplesmente continuará acessando redes sociais o tempo inteiro.
Repreensão
sem ensino é mero julgamento!
Saiba
mais sobre o que Deus diz a respeito:
“Semelhantemente, a
língua é um pequeno órgão do corpo, mas se vangloria de grandes coisas. Vejam
como um grande bosque é incendiado por uma simples fagulha. Assim também, a
língua é um fogo; é um mundo de iniquidade. Colocada entre os membros do nosso
corpo, contamina a pessoa por inteiro, incendeia todo o curso de sua vida,
sendo ela mesma incendiada pelo inferno.” (Tiago 3:5-6)
“Meus amados irmãos,
tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e
tardios para irar-se,”
(Tiago 1:19)
“Assim, aquele que julga
estar firme, cuide-se para que não caia!”
(1 Coríntios 10:12)
JESUS: A PRÓPRIA LINGUAGEM
DO AMOR
Como
cristãos, ou “pequenos Cristos”, temos que andar como Jesus andou!
O
amor compassivo movia Jesus! Jesus
compadecia-se das pessoas e se identificava com elas. O ministério de Jesus
pode ser resumido em três palavras: amor,
compaixão e identificação!
Jesus
olhou para o homem, constatou uma necessidade e decidiu suprir essa necessidade.
E mais: tudo isso Ele fez sem esperar nada em troca!
Jesus,
o Mestre, o modelo que estabelece o que é certo, simplesmente parava, olhava
nos olhos, interessava-se em saber o que se passava com o paralítico, com a
prostituta, com o cego, com o leproso, com o cobrador de impostos... Jesus era
movido por íntima compaixão! E mais do que se importar em saber o que afligia
as pessoas, Ele trazia uma solução para o caso!
No
episódio da primeira multiplicação dos pães, temos a confirmação do que foi
escrito acima:
“Quando Jesus saiu do
barco e viu uma grande multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas
sem pastor. Então começou a ensinar-lhes muitas coisas.” (Marcos 6:34)
Sobre
o mesmo acontecimento foi relatado o seguinte em Mateus 14:14:
“Quando Jesus saiu do
barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes.”
Isso
é tão maravilhoso! Foi-nos relatado que Jesus “teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor”.
Isso
é o que deve acontecer entre nós e aquelas pessoas que, ao invés de serem
apelidadas por causa de uma fraqueza, necessitam e clamam por compaixão. Ás
vezes é o último grito que a pessoa pode dar. Pode ser o último pedido de ajuda
que consegue implorar pois lhe faltam forças. O que ela menos precisa é de um
irmão querendo fazer o papel de Jesus como Aquele que irá julgar. O que ela
mais precisa é de uma mão estendida, um ombro de suporte, lábios que edificam!
Ovelha
é um animal frágil que tem na figura de um pastor aquele que irá guiá-la ao
lugar certo, ao lugar de pastos verdejantes e águas tranquilas. Uma ovelha sem
pastor está perdida!
Nos
dias de hoje, poucos são aqueles que se interessam em fazer do problema do seu
irmão o seu problema a fim de ajudá-lo. É cada um por si! O “crente rebelde” é
só o “crente rebelde”. Ninguém quer investir tempo com eles.
Ainda
com relação aos versículos sobre a multiplicação dos pães, percebemos que Jesus
passou a ensinar o povo e a curar os seus doentes. Jesus trouxe solução, não
foi contendas e fofocas, mas resposta ao fraco!
“Quando um membro sofre,
todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se
alegram com ele.” (1
Coríntios 12:26)
Jesus
é amor! Veja as palavras que saíram frescas e diretamente de Sua boca:
“Um novo mandamento lhes
dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos
outros.” (João 13:34)
Glorioso!
Um mandamento novinho sendo estabelecido por Jesus! É um mandamento acerca do
amor, que é mais que um sentimento, é uma escolha, uma decisão.
Quão
grande responsabilidade amar o nosso próximo da mesma maneira com que Cristo
nos amou!
Amar
dessa forma implica justamente o que temos tratado neste livro: livrar a nossa
língua do julgamento ao próximo, usando-a apenas para edificação!
“Não julguem, para que
vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão
julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês.
‘Por que você repara no
cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu
próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu
olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho,
e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.” (Mateus 7:1-5)
Jesus
é a perfeita linguagem do amor!
“Assim, permanecem agora
estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” (1 Coríntios 13:13)
Como
cristãos, como “pequenos Cristos”, devemos agir da mesma maneira que Jesus agiu
em cada situação. E assim deve ser no nosso dia-a-dia. Somos cópias originais
do Mestre! Temos o mesmo conteúdo da original que nos foi transmitida! Não
permita e não queira ser cópia pirata, barata e de má qualidade!
“Seja a atitude de vocês
a mesma de Cristo Jesus.”
(Filipenses 2:5)
JESUS: O PERFEITO
VOCABULÁRIO!
Em
João 1:1 está escrito: “No princípio era
aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus”.
“No
princípio era aquele” nos transmite a real idéia de que Jesus existia antes
mesmo da Criação. “Aquele que é a Palavra” remete ao fato presente, certo e
firme de que Ele permanece como o Verbo, como a Palavra, como a Ação na Terra!
“Ele sempre esteve com Deus e sempre foi Deus: Jesus, o perfeito Vocabulário!
Do
latim vocabulariu, a palavra
“vocabulário”, de acordo com o Dicionário Brasileiro Globo, significa “lista de
vocábulos de uma língua, acompanhados ou não de definições sucintas, dispostos
ordinariamente por ordem alfabética; conjunto de termos próprios de uma ciência
ou arte; glossário; dicionário resumido; conjunto dos termos empregados por
determinado escritor ou por qualquer pessoa”.
Isso
é maravilhoso! Jesus é a língua de vocábulos da língua celestial! Jesus é o
nosso mais perfeito alfabeto, o Alfa e o Ômega, a primeira e a última letra, a
primeira e a última palavra no dicionário do nosso coração! Jesus é o próprio
conjunto de termos próprios da arte e beleza de ser um cristão! Jesus é o nosso
dicionário resumido, e em uma palavra: amor!
Jesus
é Palavra Santa, é Palavra limpa, é fonte cristalina de um vocabulário
reverente, adequado, irrepreensível, polido, penetrante e vivo!
Como
não querer estudar e tirar notas excelentes nessa matéria chamada Jesus Cristo?
Não
empreste a sua saliva ao inimigo da calúnia, da mentira e da contenda.
Chame
e trate o próximo como Deus o chama e o trata. Veja alguns exemplos de como a
Bíblia define Jesus:
A Ressurreição e a Vida - João 11:25
Rocha - 1 Coríntios 10:4
Água Viva - João 4:10
Pão da Vida - João 6:35
Alfa e Ômega - Apocalipse 22:13
Santo - Marcos 1:24
Amado - Efésios 1:6
Luz do Mundo – João 8:12
O Verbo – João 1:1
O Todo-Poderoso – Apocalipse 1:8
Brilhante Estrela da
Manhã – Apocalipse
22:16
O Caminho, a Verdade e a
Vida – João 14:6
É
assim que o Pai O chama! É assim que Ele o vê e é diante de Deus!
Como
o Pai lhe chama? Como você chama a si mesmo(a)? Como, geralmente, você se
dirige àquela pessoa perto de você, ou, o pior, longe de você?
Abra
agora mesmo o dicionário de Deus e aprenda mais sobre Jesus, Aquele que reúne
em Si os mais puros vocábulos, pois Ele é o perfeito Vocabulário!
Deus
abençoe!
