Jesus está no monte e pronto para
compartilhar Seus ensinamentos no que se tornaria uma das passagens
bíblicas mais conhecidas e belas do Novo Testamento: o Sermão do
Monte ou das Bem-Aventuranças.
De tudo o que o Senhor Jesus disse, as
bem-aventuranças são especificações dadas pelo próprio Mestre
quanto ao que cada cristão deveria ser e fazer enquanto cidadãos do
Seu Reino.
Ali no monte, ao proferir cada
palavra, vemos um Jesus que se relaciona com o próximo e instiga a
todos fazerem o mesmo, vemos um Jesus que exerce misericórdia e
esperando que todos sejam também misericordiosos, vemos o Senhor
Jesus patrocinando a paz e desejoso de que os Seus assim o fizessem.
Jesus estava deixando a Sua luz brilhar para que depois fôssemos
chamados luzes do mundo. É como se Ele dissesse: “Façam dessa
forma pois é assim que eu faço!”
As bem-aventuranças enfatizam também
as bênçãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes
sinais. Elas apontam para o caráter equilibrado e diversificado do
povo cristão. Isso significa que as bem-aventuranças não nos
permite escolher entre uma e outra. Ao contrário, elas devem ser
consideradas como um todo. É como um vestibular: não adianta ir bem
em algumas matérias e deixar a desejar em outras, uma vez que isso
pode comprometer o seu desempenho e fazer com que você seja
reprovado. Fazer uma boa prova em todas as matérias é fundamental.
Bem-aventurança significa mais do que
ter alegrias! Implica em todo o cidadão do Reino de Deus ser
agraciado por Ele.
Quando o Senhor chama o seu povo de
“bem-aventurado”, de “feliz”, de “mais do que alegre”,
Ele está declarando o que pensa delas e o que são por causa disso:
são “bem-aventuradas”. Isso não é maravilhoso?
Mas agora que Jesus já viu as
multidões, já subiu ao monte e se assentou, agora que seus
discípulos já se aproximaram, ou seja, uma vez que o cenário já
foi montado e o contexto apresentado, eu quero descortinar um
versículo em específico: Mateus
5:9 – “Bem-aventurados
os pacificadores pois serão chamados filhos de Deus”.
Pacificadores, vocês estão prontos
para conhecer, entender e viver as preciosidades divinas que repousam
sobre aqueles que promovem a paz, sobre os filhos de Deus, sobre mim
e sobre você?
Quem
é o pacificador?
“Bem-aventurados
os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus”. (Mateus
5:9)
O termo pacificador vem do grego
“Eirenopoios”,
com o sentido de “pacificação” ou “pacificador”.
É importante dizer que em um momento
Jesus disse que não viera “trazer
paz, mas espada”, pois
veio “causar divisão
entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e
sua sogra”, de modo que
os inimigos do homem seriam “os
da sua própria casa”,
como está nesse mesmo livro de Mateus, capítulo 10, versículos 34
ao 36. Com isso, Ele queria dizer que o conflito seria o resultado
inevitável da sua vinda.
Contudo, fica mais do que claro, nos
ensinamentos de Jesus aos seus seguidores, que jamais deveríamos nós
mesmos procurar o conflito ou ser responsáveis por ele. Muito pelo
contrário, somos chamados a viver as seguintes verdades das
Escrituras:
“Façam todo o possível para
viver em paz com todos”.
(Romanos 12:18)
“Por isso, esforcemo-nos em
promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua”.
(Romanos 14:19)
Cada cristão, de acordo com esta
bem-aventurança, tem de ser um pacificador, tanto na igreja como na
sociedade, onde há enfermos no corpo e na alma, onde há divórcio,
agressão dos mais lamentáveis tipos, racismo, miséria,
prostituição, injustiça social, cobradores de impostos, ladrões,
entre outros males.
O pacificador é aquele que faz o bem
a todos os homens. Ele é repleto de amor a Deus e a toda humanidade.
Espera conseguir, voluntária e alegremente, manifestar seu amor ao
próximo. Ele aproveita cada oportunidade e cada hora para poder
ajudar alguém.
Os pacificadores são os que detestam
as brigas, os que evitam toda discórdia e contenda. São os que se
esforçam ou para prevenir que isso ocorra, ou, quando ocorre,
impedir que escape do controle. Os pacificadores usam até mesmo
todos os talentos que Deus lhes deu para viver a paz. Você sabia
disso? Isso significa que a escrita, a música, a dança, a pregação
da Palavra, a sua profissão e as redes sociais, por exemplo, são
formas interessantíssimas de experimentar a pacificação.
A motivação do coração de
pacificador é promover e aumentar a boa vontade entre os homens.
Empenham-se para manter a unidade do Espírito no vínculo da paz. E
é cheio desse mesmo Espírito, o Espírito Santo, que o pacificador
exerce o seu papel um verdadeiro embaixador de Cristo na Terra. O
respaldo do Espírito santo traz capacitação, sabedoria e graça
nesse processo.
Alguém está enfermo ou aprisionado?
Ele o visita e ministra a ajuda de que este mais precisa. Fome? Crise
nos relacionamentos? Desejo de suicídio? Depressão? Desemprego?
Guerras? Corrupção? Ali o pacificador se faz presente, trazendo a
vida presente na paz de Cristo.
O pacificador é cheio da essência da
natureza eterna em seu interior.
O pacificador dá luz aos que estão
nas trevas. Sustenta os pobres e levanta os fracos. É um
conciliador, aquele que, de joelhos dobrados e em oração, ama
representar e apresentar os homens diante de Deus, sejam os que estão
no caminho, os que se desviaram dele ou mesmo aqueles que não o
conhecem.
O pacificador coloca em ordem aquilo
que se desorganizou. Ele colabora para que as coisas, situações e
pessoas estejam nos moldes planejados por Deus desde a eternidade.
Pacificador é aquele que escolhe
fazer disso um estilo de vida!
“Pacificador”: você consegue
perceber a dinâmica, a vida e a paz dentro dessa palavra? Não é
sobre a palavra, não é ao redor dessa palavra... é paz dentro
dela!
Mas talvez possamos nos perguntar se
exercer o papel de pacificador é possível nos dias de hoje, dias
maus, em que tudo parece ir de mau a pior. Então...
Quais
são as perspectivas quanto à promoção da paz nos dias de hoje?
“Por
isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à
edificação mútua” (Romanos 14:19)
As perspectivas são as melhores, meus
irmãos!
Os dias eram bons no tempo de Jesus? O
que Ele fez? O que Ele falou? Ele influenciou ou foi influenciado?
Ele se abateu ou se levantou com disposição e graça para fazer a
diferença?
A Palavra de Deus é de abatimento, de
entrega, de derrota, de “o bicho está pegando! Vou fazer o que?
Deixa assim mesmo...”? Ou a Palavra de Deus é esperança, é vida,
é ativa, é nova, é renovo, é uma nova chance, é a própria paz
do seu Príncipe?
“Pois um menino nos nasceu, um
filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele
será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno,
Príncipe da Paz” (Isaías 9:6)
Jesus é a personificação da paz do
Pai Celestial. Se Jesus é o Príncipe da Paz e nós devemos procurar
viver como Ele vivia, fazer o que Ele faria e dizer o que Ele diria,
podemos também repousar na certeza que Ele nos deixou em João
14:27:
“Deixo-lhes a paz; a minha paz
lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu
coração, nem tenham medo”.
Jesus disse isso àqueles que são
Seus e nós, membros do Corpo de Cristo, estamos incluídos nessa
esperança. Estamos abastecidos com uma paz disponível em nosso
interior.
A paz que Cristo nos deixou e nos dá
constantemente é diferente da que o mundo oferece, principalmente
nos dias de hoje: paz ilusória, de fontes enferrujadas e
distorcidas, paz fingida, paz de aparências, paz em conta gotas, paz
em comprimidos, paz aleijada.
A paz de Cristo em nós, que deve ser
promovida em cada oportunidade, está disponível gratuitamente. Ela
é genuína e eficaz, tão atual e necessária como nunca antes.
A pacificação está nos gestos mais
simples. Você é um pacificador e, provavelmente, não está
sabendo.
A questão é fazer valer-se da
condição de pacificador como um estilo de vida. Então, o buscar e
o compartilhar a paz já não podem ser apenas “flashes”
em nossas vidas, já não podem ocorrer uma vez ou outra, dividindo o
espaço com o egoísmo, com a mentira, com a ira e com a violência,
por exemplo.
Precisamos saber que, enquanto filhos
de Deus, somos pacificadores, e isso deve ser uma constante em nossas
vidas.
3.
Por que os pacificadores serão chamados especificamente de “filhos
de Deus”?
“Como
são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que
proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação,
que dizem a Sião: o seu Deus reina!” (Isaías 52:7)
Eu também passei a me perguntar: “Mas
por que filhos de Deus? Não tem problema algum, pois ser filho de
Deus é fantástico, mas o pacificador poderia ser chamado de
qualquer outra coisa”.
Talvez não seja uma tarefa difícil
responder a tal questionamento: ser filho de Deus implica em ser um
pacificador.
Você consegue perceber como esse
versículo é vivo, dinâmico, passando a impressão de um início,
meio e fim?
“Bem-aventurados(1) são os
pacificadores(2), pois serão chamados filhos de Deus(3)”.
Ah! “Como
são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que
proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação,
que dizem a Sião: o seu Deus reina!” (Isaías 52:7)
Aleluia!
Há uma bênção, há uma condição
para sermos chamados “filhos de Deus”, e ser um pacificador é um
processo, nada mais é do que a nossa caminhada cristã.
Não nos surpreende que a bênção
particularmente associada aos pacificadores é que eles “serão
chamados filhos de Deus”, pois estão procurando fazer o que o seu
Pai fez.
A convicção de que aqueles que
receberam o Seu nome são chamados filhos de Deus está em João
1:12: “Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome,
deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus”.
Aleluia! E é o que de fato somos:
“Vejam como é grande o amor que
o pai nos concedeu, sermos chamados filhos de Deus, o que de fato
somos”. (1 João 3:1a)
O Senhor nos abençoará com todas as
bênçãos de seus filhos.
Assim, não esqueçamos que o
pacificador será chamado “filho de Deus”. Ser filho de Deus
implica em ser um pacificador. Ser um pacificador implica em ser um
filho de Deus.
Você pode dizer que é um filho de
Deus?
Você pode dizer que é um
pacificador?
Conclusão
Mateus 5:9
deve fazer parte de nossas vidas, do nosso dia-a-dia, de uma maneira
simples e especial, automaticamente ligada à vida do cristão.
O Senhor fala do alto de um monte.
Apenas tome o seu lugar no gramado, ouça o que o Mestre tem a dizer.
Tenha mais do que alegrias!
Ser pacificador é um estilo de vida.
Desempenhar esse papel é comum a todos os cristãos, até que Ele
volte! Glória a Deus!
Quantos filhos de Deus nós temos
aqui?
Agora já não há mais desculpas. Vá
e promova a paz!
Deus os abençoe.